quinta-feira, junho 28

Sustentabilidade – todos dizem praticar.

Mesmo sem entender o seu verdadeiro significado ou importância, “sustentabilidade” passou a ser a bandeira de muitas empresas ou empresários, simplesmente para relacionar sua imagem às questões ambientais, sem a preocupação de justificar qualquer ação prática nessa direção.

Muito nos discursos e na publicidade e menos nas atividades do dia-a-dia, a palavra sustentabilidade frequenta o vocabulário das empresas mais do que se imagina. Modismo ou tendência?

Voltando um pouco no tempo, quem não se lembra de termos como reengenharia, sinergia, globalização, gestão, otimização, motivação, dentre outros? Sim, outrora, muitos deles foram incansavelmente utilizados por empresas ou profissionais para evidenciarem uma organização moderna e aliada às melhores práticas da época. Passado cada período, novos termos e neologismos vão surgindo e sendo admitidos por muitos como norteadores para uma administração eficiente e eficaz. Muitas vezes para atender o modismo do sistema capitalista do que atingir a excelência administrativa e mercadológica.

Voltando aos dias atuais, a “bola da vez” passou a ser a sustentabilidade. Mais do que entender seu significado e o verdadeiro alcance da palavra, o termo circula fácil nas escolas, nas empresas e até nos bate-papos em bares e restaurantes. Na mídia, tornou-se assunto diário - e parece ser obrigatório - em qualquer veículo de comunicação na tentativa de sensibilizar a sociedade para os cuidados com o meio ambiente. Ocorre que a falta de informação leva as pessoas a enxergarem de forma superficial o meio ambiente, relacionando-o, principalmente, à fauna e flora. Em resumo, com a recuperação das florestas ou o extermínio de animais em extinção. A abrangência de sustentabilidade vai muito além dessa visão simplista.

Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, definiu-se o meio ambiente como "O conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas”.

Para definir a sustentabilidade criou-se um conceito baseado no tripé “viabilidade econômica, justiça social e adequação ambiental”. Dessa forma, todas as atividades humanas devem ser economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente saudáveis. No caso das empresas, enquanto elas não incorporarem esses conceitos em todos os seus processos administrativos e de produção, o tema ficará relegado às discussões como as que ocorreram na Rio+20, com discursos inflamados e repletos de lindas palavras, mas que, no final, produziram um documento inconsistente, com pouco ou nenhum avanço em prol da sustentabilidade.

Nas organizações, mesmo nos dias atuais, são evidentes as dificuldades para trabalharem com mudanças urgentes. Apesar de darem preferência para profissionais com melhores habilidades e engajados com os novos desafios do mundo atual, é necessário que elas adotem em seu planejamento uma gestão de conceitos de sustentabilidade. As pesquisas apontam que os clientes, cada vez mais informados sobre o tema, dão preferência às organizações comprometidas com ações socioambientais e que, verdadeiramente, atuam nessa direção.

No mercado financeiro, interno e externo, investidores já estão preferindo ações de empresas que, além de rentáveis, estejam atuando em busca de um planeta saudável.

Mas, e em nossas casas, como e o que fazer para praticar essa tal sustentabilidade? Como sensibilizar as famílias a cooperarem? Num primeiro momento, mostrar a elas a importância do tema para as gerações futuras. O próximo e, talvez, o mais estimulante passo, seja partir para o lado econômico, mostrando-lhes que podem ganhar com o que normalmente jogam na natureza. Veja alguns exemplos práticos:
- construir e instalar coletores de água de chuva para aproveitamento em limpeza ou descarga sanitária;
- reciclar resíduos orgânicos para utilização como adubo para hortas ou jardins;
- separar plásticos, latas e resíduos sólidos;
- trocar o óleo utilizado em frituras por prêmios ou vale-brindes;
- economizar energia elétrica e combustível;
- reduzir o uso do ar-condicionado. Muitas vezes se consegue reduzir o calor abrindo uma janela. Se não for suficiente, tente um bom ventilador que consome menos energia do que o ar-condicionado;
- trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que gastam até 65% menos energia e duram até 10 vezes mais;
- Mantenha a tampa da panela fechada. Com isso há maior concentração de calor e economia de gás;
- Aproveite sempre os dois lados das folhas e poupe o corte de muitas árvores;
- Quando sair da sala, desligue o monitor do computador. As proteções de tela também gastam energia.

Essas são apenas algumas ações que, juntas, podem representar um ganho extra.

Portanto, para sermos de fato sustentáveis, precisamos agir, caminhar além do papel e do discurso, promover mudanças culturais rígidas, nos desviar de modelos convencionais, abrir mão de crenças, moderar o nosso consumo e limitar o conforto da vida moderna.

Será que estamos preparados para lidar com essas opções?

quinta-feira, junho 21

Para uns é preconceito. Para outros é oportunidade de negócios.

Há tempos venho comentando em sala de aula sobre o vertiginoso crescimento do segmento gay e da necessidade das empresas criarem produtos e serviços voltados a esse público.
Algumas empresas já descobriram a força desse milionário segmento, composto por um consumidor que, além de bom gosto e fiel às suas marcas, gasta 30% a mais que o heterossexual. O que antes era tabu passou a ser encarado como uma grande oportunidade de negócio.
Multinacionais estão treinando seus executivos e funcionários ou criando gerências exclusivas para melhor lidarem com esse público. Já é possível adquirir um seguro de vida para casais gays.
O que para uns é preconceito, para outros é oportunidade.
A Nike lançou recentemente uma edição especial com três tênis para homenagear a comunidade LGBT de Nova York, Portland e San Francisco. Cada kit inclui tênis, camiseta e boné. A ideia dos lançamentos é celebrar as conquistas das comunidades dessas três cidades norte-americanas, líderes na luta por direitos para os gays nos Estados Unidos.
Segundo dados de uma reportagem da IstoÉ, no Brasil:
- 10% da população são gays.
- 40% estão em SP, 14% no RJ, 8% em MG e 8% no RS.
- 36% são da classe A, 47% são da B e 16%, da C.
- 57% têm nível superior, 40% médio e 3% ensino fundamental.
Percebeu o quanto é poderoso esse segmento? E não é o único que está crescendo. Aconselho às empresas observarem mais atentamente o público da "melhor idade".

sexta-feira, junho 15

Falar em público, uma barreira quase intransponível.

Dominar o nervosismo de falar em público depende de alguns fatores e da sucessão de atividades relacionadas ao assunto a ser apresentado.
O medo de falar em público é um fenômeno comum entre a maioria das pessoas e essa manifestação não escolhe cargo, função ou outras peculiaridades pessoais. O fato ocorre até mesmo com profissionais gabaritados na arte da oratória.
Para ilustrar o quanto essa sensação é comum, recordo de um dos maiores artistas de palco do Brasil, o talentoso e inesquecível Paulo Autran, falecido em 2007. Disse ele: “Nas mais de 500 apresentações teatrais que fiz, os dois primeiros minutos de cada uma foram cruciais para que eu dominasse meu medo e o meu público”.
Não é diferente para qualquer ser humano. E para aquele que quiser ir mais longe na carreira, principalmente na função de gestão e liderança, terá que falar em público, seja para pequenos ou grandes grupos.
Esse tema já foi tratado por muita gente, entretanto, resolvi trazê-lo novamente para discussão, pois tenho notado a angústia e o desespero de alguns acadêmicos ao se aproximarem da data de apresentação do tão sonhado TCC – Trabalho de Conclusão de Curso. O que deveria ser uma sensação de vitória transforma-se em aflição e sofrimento para muitos.
Não existe uma fórmula mágica que possa transformar alguém num bom orador. É preciso muita boa vontade, perseverança e determinação. Para uma pessoa tímida, apesar de angustiante, não é impossível.

Em linhas gerais, faço as seguintes recomendações:
1. Analise minuciosamente o tema do seu TCC para que na hora da apresentação você não se desvie do foco. Dominar o conteúdo é imprescindível para ter confiança na apresentação.
2. Examine com calma a estrutura do trabalho e busque o seu entendimento sobre cada tópico. Escolha os pontos mais relevantes do TCC para citá-los.
3. É importantíssimo assimilar boa parte da introdução e da conclusão do TCC, pois, de forma geral, nessas partes está a síntese de todo o trabalho – pelo menos deveria estar.
4. Para facilitar a memorização, faça um pequeno resumo do que você vai apresentar à banca examinadora. Mas não fique preso a leitura. Depender exclusivamente de lembretes mostra que você não está preparado.
5. Depois de montada a apresentação - em grupo ou individual - ensaie uma, duas, três ou quantas vezes forem necessárias até você se sentir seguro.

Durante a apresentação EVITE:
• Ficar parado todo o tempo. Dê um passo a frente quando for sua vez de falar e retorne quando terminar.
• Falar que está nervoso ou dizer que não deu tempo de se preparar para a apresentação.
• Exagerar nas cores, imagens, tabelas, sons ou excesso de texto dos slides. Na dúvida, nada melhor que o habitual fundo branco com letras pretas. Coloque apenas os tópicos do assunto e complemente-os com sua fala.
• Apresentar-se com trajes impróprios ou mascar chiclete, usar bonés ou acessórios inadequados para a situação.
• Abusar dos vícios de linguagem (né, taí, ta legal, etc).
• Cometer erros grosseiros de concordância.
• Usar o verbo na terceira pessoa. Se o TCC foi feito em grupo, diga “nós fizemos, nós pesquisamos”...
• Deixar o celular à mostra e ligado é um “crime”.

No momento da apresentação:
• Cumprimente a banca e a plateia. Informe sobre o que vai falar. Aproveite esse momento para “quebrar o gelo” e vencer o nervosismo inicial.
• Cite um exemplo relacionado ao tema – se for o caso.
• Encerre com informações que possam levar à reflexão. Fale sobre o aprendizado que obteve na elaboração seu TCC.

Observados todos esses pontos e com o conteúdo do TCC na cabeça, pode apostar, a apresentação será tranquila, afinal, você vai falar sobre um assunto que conhece bem. Parece difícil, mas, com coragem e conhecimento você se sairá bem.

Boa apresentação!

quinta-feira, junho 14

Falar de improviso

A maioria das pessoas acha que falar de improviso é inventar uma fala, uma informação. Quem pensa assim, está totalmente equivocado.
Falar de improviso, nada mais é, que falar sem se preparar de maneira convincente.
Por exemplo, você está numa exposição sobre as leis de trânsito e, de repente, chega um repórter com uma câmera, num programa ao vivo, e pede pra você falar um pouco sobre as boas atitudes e os cuidados ao dirigir. Ou, você mesmo se sentiu tocado com tanta violência no trânsito, que sentiu vontade de expor o seu pensamento. Você conhecia um pouco a respeito daquele assunto mas, não tinha planejado a sua fala. Muito prazer, "improviso". Ao mesmo tempo que vai falando, tem também que dar um seguimento uma ordenação naquilo que diz.
O segredo da fala de improviso, da fala inesperada é passar para o ouvinte a mesma segurança e credibilidade que passaria em uma fala programada. Aí você me pergunta... como? Antes de começar a falar sobre o tema da apresentação, fale sobre um assunto que você já domine. Ou seja, você pode usar informações ligadas a assuntos da sua profissão, de uma viagem que fez, um hobby que tenha, uma citação de um livro, uma cena que marcou a sua vida, etc. Assim, enquanto você fala sobre um assunto que conhece e que tem domínio, tem condições de planejar a seqüência da apresentação. Com certeza em algum momento da exposição será possível fazer a ligação do assunto que domina com a mensagem principal, captando assim, a atenção do ouvinte.
Treine essa estratégia de improviso no dia-a-dia e você ficará surpreso com os resultados alcançados.
Por Andressa Duarte, administradores.com.

Crise, minha muleta !

Como estariam muitas empresas brasileiras se não existissem as crises?

Matéria de um dos jornais de Lins apontou que em maio de 2012 houve um aumento no número de falências, principalmente entre as pequenas e micro empresas.
Pegando a matéria como gancho, porém, sem a pretensão de buscar uma resposta que satisfaça plenamente a todos, explicarei resumidamente o porquê da minha questão. Também tomo por base dados do Sebrae que mostram com clareza o despreparo e a vulnerabilidade das nossas micro e pequenas empresas. Aliás, noventa e cinco por cento das empresas brasileiras são M&PE.
Percebo, então, que as crises surgem em boa hora para milhares de empresários e caem como uma luva no discurso de muitos como justificativa para os maus resultados que vêm sendo registrados. Não assumem a culpa como se quisessem deixar para trás as inúmeras besteiras feitas num passado recente, ofuscadas pelos momentos de sucesso do mercado brasileiro, empurrado pelo mercado global.
As crises, enfim, chegam e não são marolinhas, como disse o ex-presidente Lula.
O discurso, porém, é o mesmo: cortar custos, reduzir despesas, otimizar investimentos etc., como se não fosse a regra básica para aquelas empresas que pretendem se manter competitivas no mercado. As crises têm sido a muleta para explicar que não fizeram o que já deveriam ter feito: investir melhor seus parcos recursos. As crises funcionam como uma lição para as empresas que só percebem se são competitivas ou deficientes quando já é tarde demais. Foi assim, por exemplo, quando houve a racionalização de energia, aprenderam a buscar alternativas. A parte boa das crises é que elas fecham torneiras e não beneficiam a incompetência.
Elas sempre existiram, da mesma forma que a necessidade de uma gestão adequada também. A ocasião, porém, é como novidade para empresários míopes ao poder da globalização.
Observem que os momentos de crise vêem atrelados a peculiaridades de mercados mundiais, como o mercado imobiliário americano, a gripe do frango, a suína etc. Quem não se lembra da vaca louca? São motivos mais que suficientes para os pessimistas de plantão soarem suas trombetas e provocarem o terror mundial. Ações estão despencando por qualquer motivo. A solução é trabalhar a informação.
Se a finalidade das empresas é satisfazer as necessidades de seus clientes e, por conseqüência, alcançarem resultado financeiro para sobreviver, nesse contexto surge uma importante atividade: a do profissional de marketing.
Não resumam a atividade de marketing apenas como publicidade e propaganda ou simplesmente como comunicação social. A função desse profissional vai muito além do mero esforço de acrescer as vendas, que é, também, o de pensar a empresa como um eficiente canal capaz de fazer com que as pessoas aspirem a negociar com ela. O BNDES, após vários anos de análise, finalmente começará a avaliar o crédito para as empresas pelo valor da marca e não mais pelos seus ativos. Quem faz o branding? Quem trabalha a marca da empresa?
É na crise que as corporações crescem e se fortalecem para, em seguida, apreciarem o boom do crescimento. Mesmo pensando em Marketing simplesmente como vendas, é incoerente reduzir drasticamente investimentos a ele destinados. Ora, é na época de crise que o empresário tem que vender e manter sua carteira de clientes. Não é aí a torneira a ser fechada.
Caro leitor, assim como eu, você também deve ter se deparado com adesivos do tipo: “Consulte um Advogado” ou “Consulte um Contador”, entre outros. A sugestão é pertinente, afinal, cada um na sua área, desempenhando aquilo para o qual se preparou. Diante desse quadro nos sentimos a vontade para sugerir aos empresários que, em caso de crise, “Consultem, também, um Profissional de Marketing”.
As coisas mudam rapidamente e administrar já não é como antes. O Marketing introduziu profundas mudanças na gestão empresarial, como o conceito de posicionamento, estratégia competitiva, o valor da marca, a utilização aprofundada das tecnologias de controle do relacionamento, o uso da internet etc. Empresas criativas se sobressaem.
O pensamento de Marketing deve estar em todas as áreas da empresa. Pegamos, por exemplo, a Vale que tem bilhões em caixa e mesmo assim, a alguns meses, demitiu uma cidade inteira de trabalhadores de uma única vez. Semanas antes veio à TV para divulgar seus programas de responsabilidade social. Não há publicidade de curto prazo que reverta a imagem da empresa nesse caso.
Pelas leis trabalhistas brasileiras é muito mais caro demitir. Ironicamente, pode ser que a Vale tenha se precipitado, já que, algumas semanas depois, devido há novos contratos, readmitiu os recém-desempregados. Os prejuízos em sua credibilidade são incalculáveis.
Há inúmeras soluções criativas que, se somadas, eliminam boa parte dos gastos desnecessários. Certamente, o melhor conselho que um consultor possa dar é, ouça seu cliente, mas, principalmente, ouça seu funcionário e não terceirize relacionamento. A informação mune o verdadeiro profissional de Marketing para trabalhar estratégias e ações. Corporações bem administradas são blindadas a comentários de especuladores pessimistas que adoram criar crises.
Venha comigo para o mundo dos otimistas.

Marketing Sustentável

Na onda da sustentabilidade e da manutenção da imagem, grandes marcas investem na transformação das tradicionais sacolas plásticas em “ecobags”.
Pressionados pelos naturalistas e ONGs defensoras do meio ambiente, autoridades e executivos tem, insistentemente, discutido sobre a lei para coibir o uso de sacolas plásticas. A discussão segue firme e forte não apenas no congresso, mas, também, na sociedade como um todo. Em alguns estados a lei foi sancionada e já está vigorando.
“Se não vai pelo amor, que seja na dor”.
Infelizmente, é assim que o brasileiro, de maneira geral, se acostumou a obedecer às leis. Não basta provar e comprovar as causas e danos, ele tem que sentir no bolso – ou na carne.
Na mesma cartilha, sem oportunismo, mas aproveitando as oportunidades, profissionais de Marketing começaram a transformar sacolas não só em produtos sustentáveis, mas, em “displays” ambulantes. Uniram o útil ao agradável – ou comercializável.
As sacolas, protagonistas do atual debate, surgiram no final da década de 1950 e logo se converteram em diferenciais para as redes de supermercados por facilitarem o transporte das mercadorias. Para as donas-de-casa, sempre significaram economia, já que, entre tantas possibilidades, elas servem também para acondicionar o lixo a ser recolhido pelo município. Especialistas alertam que elas duram 300 anos para se decomporem.
Segundo pesquisa da Agência Ambiental da Inglaterra, as sacolinhas plásticas causam menos danos ambientais que outros modelos, uma vez que, sacolas de papel, plástico resistente (polipropileno) e algodão consomem mais matéria-prima e energia para sua fabricação. Por isso, teriam que ser reutilizadas 3, 11 ou 131 vezes, respectivamente, para causar menos danos ambientais que uma sacola plástica usada apenas uma vez. (Fonte: IstoÉ Tecnologia e Meio Ambiente, 11/4/11).
O problema não está no plástico. Ocorre que a falta de educação e bom senso do brasileiro faz com que muitas dessas sacolas, vazias ou cheias de lixo, vão parar nas ruas e rios, entupindo bueiros e sobrecarregando aterros sanitários. Em épocas de chuva, as sacolinhas seguem na preferência dos naturalistas de plantão como as maiores responsáveis pelas enchentes que aumentam a cada ano.
Mas, este texto não quer colocar em discussão os prós e contras à manutenção das sacolas e sim mostrar que é possível, com criatividade e bom senso, transformá-las num objeto sustentável e, ao mesmo tempo, comunicativo. Basta lembrar que, num passado bem recente, as sacolas também serviram para divulgar fotos de centenas de crianças desaparecidas, entre outras informações importantes.
A opção preferida é transformá-las em ecobags, ou seja, sacolas que permaneçam mais tempo nas mãos dos consumidores. Mas, não basta torná-las apenas retornáveis. Elas devem ser bonitas, na moda, resistentes e criativas. Servir para outras atividades que não exclusivamente ao transporte de mercadorias do supermercado. Quem sabe utilizá-la para ir à praia ou desfilar no shopping.
Vilãs ou mocinhas, as sacolas se tornaram uma poderosa ferramenta de Marketing, seja por influência da discussão em questão ou pela sua própria importância no transporte e na divulgação de uma marca.

sexta-feira, junho 1

De quem é a culpa?

Um dia desses, em sala de aula, uma aluna me questionou sobre quais poderiam ser considerados os principais motivos do insucesso de algumas empresas.
Antecipando minha resposta, me lembrei de uma pesquisa do Sebrae (fev/2011) que aponta uma taxa de mortalidade das micro e pequenas empresas brasileiras em torno de 80%, antes do primeiro ano de funcionamento. Na mesma pesquisa, publicada no site jornaldoempreendedor.com.br, o Sebrae aponta 9 fatores que podem justificar esse fracasso. Sem necessidade de listar todos eles, estava mais que claro qual é o fator principal: “má administração”.
Apesar de entender e aceitar que, de fato, o despreparo dos administradores é a causa principal, busquei reflexão na leitura que fiz a alguns artigos e notícias que abordavam empresas, marcas e produtos cujas estratégias de mercado não deram muito certo. De forma análoga e sem nenhuma base científica, com apoio dos alunos, esquadrinhamos algumas outras razões que pudessem justificar tais resultados.
Ao longo da explanação, os alunos apresentaram outros exemplos de empresas mais próximas da nossa realidade regional, que tiveram o mesmo destino. Percebemos que a maioria, de forma muito transparente, também apontava falha de administração, seja pela falta de conhecimento do mercado de atuação, incompetência ou completa ausência do domínio dos conceitos e técnicas de gestão. De maneira empírica, sem aprofundamentos, pressupomos que proprietários, gerentes ou pessoas em cargos decisivos não tiveram qualquer capacitação para a função.
Mesmo nas empresas em que havia a presença de administradores graduados ou pós-graduados, e com experiência de mercado, o fator predominante que justificava os maus resultados estava relacionado à dissonância entre a volatilidade do mercado e a capacidade de reação da empresa.
Para explicar melhor a teoria, recorri a um dos mais conceituados autores de marketing, Theodore Levitt, que em seu livro “Miopia em Marketing”, aponta a falta de visão empresarial de administradores que insistem em focar suas ações nos produtos ou serviços, sem dar a devida e prioritária importância às necessidades dos clientes. Compreender seus problemas e satisfazer seus desejos e necessidades deve ser o principal objetivo das empresas que pretendem se manter saudáveis e competitivas. Do contrário, correm sério risco.
Outro fator que não deixamos fora da discussão foi a questão liderança. Em muitas circunstâncias, por não possuir características de líder, o profissional que atua na função de chefe não consegue quebrar a individualidade e ajustar a sintonia entre os departamentos e as ações, o que também é prejudicial à gestão eficaz.
Após levantar essas hipóteses, passamos a relacioná-las com cada caso apontado pelos alunos e com aqueles que busquei das notícias e artigos lidos anteriormente. Em todos eles, fomos unânimes em reconhecer que o principal fator que justificava os maus resultados estava claramente relacionado à má gestão.
Não sou administrador. Minha formação é na área de Marketing, com especialização em planejamento estratégico. Aliás, está aí uma área que pode auxiliar – e muito - para uma gestão adequada. O conhecimento do administrador, somado ao conhecimento do profissional de marketing, dentre outros, certamente pode render bons frutos e fortalecer as empresas, suas marcas, produtos e serviços.
No livro Administração de Marketing, os autores Philip Kotler e Kevin Lane Keller, definem o Marketing como fruto de um estudo baseado em diversas ciências (Sociologia, Psicologia, Matemática, Antropologia, Estatística, Filosofia, entre outras), que tem como objetivo conhecer o comportamento das pessoas e satisfazer suas necessidades e desejos. Ou seja, as empresas precisam se adaptar ao ambiente atual e aprender a usar todos os recursos de marketing disponíveis.
Raimar Richers, uma das maiores autoridades em Marketing no Brasil, define o Marketing como sendo simplesmente a intenção de entender e atender o mercado. Sob essa perspectiva, o Marketing representa muito mais do que ferramentas de promoção e vendas. Trata-se de uma filosofia dentro das organizações, que tem o cliente como sua principal razão de existência.
Marketing não é só área de vendas de produtos ou serviços, mas, a empresa de maneira geral. De modo grosseiro, é a definição de estratégias que abrangem do porteiro ao presidente. É um trabalho completo, principalmente na visão do cliente. O Marketing ajuda a prever o que, quando, como, onde, com que imagem, em que quantidade e a que preço será possível colocar um produto no mercado. Corresponde a implantação de estratégia comercial, que contempla desde o estudo do mercado, promoção, publicidade, venda e assistência técnica, até o pós venda.

Vorlei Guimarães – Professor, Profissional de Marketing e Especialista em Planejamento Estratégico - 30/5/12