Mesmo sem entender o seu verdadeiro significado ou importância, “sustentabilidade” passou a ser a bandeira de muitas empresas ou empresários, simplesmente para relacionar sua imagem às questões ambientais, sem a preocupação de justificar qualquer ação prática nessa direção.
Muito nos discursos e na publicidade e menos nas atividades do dia-a-dia, a palavra sustentabilidade frequenta o vocabulário das empresas mais do que se imagina. Modismo ou tendência?
Voltando um pouco no tempo, quem não se lembra de termos como reengenharia, sinergia, globalização, gestão, otimização, motivação, dentre outros? Sim, outrora, muitos deles foram incansavelmente utilizados por empresas ou profissionais para evidenciarem uma organização moderna e aliada às melhores práticas da época. Passado cada período, novos termos e neologismos vão surgindo e sendo admitidos por muitos como norteadores para uma administração eficiente e eficaz. Muitas vezes para atender o modismo do sistema capitalista do que atingir a excelência administrativa e mercadológica.
Voltando aos dias atuais, a “bola da vez” passou a ser a sustentabilidade. Mais do que entender seu significado e o verdadeiro alcance da palavra, o termo circula fácil nas escolas, nas empresas e até nos bate-papos em bares e restaurantes. Na mídia, tornou-se assunto diário - e parece ser obrigatório - em qualquer veículo de comunicação na tentativa de sensibilizar a sociedade para os cuidados com o meio ambiente. Ocorre que a falta de informação leva as pessoas a enxergarem de forma superficial o meio ambiente, relacionando-o, principalmente, à fauna e flora. Em resumo, com a recuperação das florestas ou o extermínio de animais em extinção. A abrangência de sustentabilidade vai muito além dessa visão simplista.
Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, definiu-se o meio ambiente como "O conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas”.
Para definir a sustentabilidade criou-se um conceito baseado no tripé “viabilidade econômica, justiça social e adequação ambiental”. Dessa forma, todas as atividades humanas devem ser economicamente viáveis, socialmente justas e ambientalmente saudáveis. No caso das empresas, enquanto elas não incorporarem esses conceitos em todos os seus processos administrativos e de produção, o tema ficará relegado às discussões como as que ocorreram na Rio+20, com discursos inflamados e repletos de lindas palavras, mas que, no final, produziram um documento inconsistente, com pouco ou nenhum avanço em prol da sustentabilidade.
Nas organizações, mesmo nos dias atuais, são evidentes as dificuldades para trabalharem com mudanças urgentes. Apesar de darem preferência para profissionais com melhores habilidades e engajados com os novos desafios do mundo atual, é necessário que elas adotem em seu planejamento uma gestão de conceitos de sustentabilidade. As pesquisas apontam que os clientes, cada vez mais informados sobre o tema, dão preferência às organizações comprometidas com ações socioambientais e que, verdadeiramente, atuam nessa direção.
No mercado financeiro, interno e externo, investidores já estão preferindo ações de empresas que, além de rentáveis, estejam atuando em busca de um planeta saudável.
Mas, e em nossas casas, como e o que fazer para praticar essa tal sustentabilidade? Como sensibilizar as famílias a cooperarem? Num primeiro momento, mostrar a elas a importância do tema para as gerações futuras. O próximo e, talvez, o mais estimulante passo, seja partir para o lado econômico, mostrando-lhes que podem ganhar com o que normalmente jogam na natureza. Veja alguns exemplos práticos:
- construir e instalar coletores de água de chuva para aproveitamento em limpeza ou descarga sanitária;
- reciclar resíduos orgânicos para utilização como adubo para hortas ou jardins;
- separar plásticos, latas e resíduos sólidos;
- trocar o óleo utilizado em frituras por prêmios ou vale-brindes;
- economizar energia elétrica e combustível;
- reduzir o uso do ar-condicionado. Muitas vezes se consegue reduzir o calor abrindo uma janela. Se não for suficiente, tente um bom ventilador que consome menos energia do que o ar-condicionado;
- trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que gastam até 65% menos energia e duram até 10 vezes mais;
- Mantenha a tampa da panela fechada. Com isso há maior concentração de calor e economia de gás;
- Aproveite sempre os dois lados das folhas e poupe o corte de muitas árvores;
- Quando sair da sala, desligue o monitor do computador. As proteções de tela também gastam energia.
Essas são apenas algumas ações que, juntas, podem representar um ganho extra.
Portanto, para sermos de fato sustentáveis, precisamos agir, caminhar além do papel e do discurso, promover mudanças culturais rígidas, nos desviar de modelos convencionais, abrir mão de crenças, moderar o nosso consumo e limitar o conforto da vida moderna.
Será que estamos preparados para lidar com essas opções?
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