Dolly e o Case de Sucesso.
Por Alexandre José.
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Não, não, eu não estou louco ainda.
Sei
que muitas pessoas já falaram sobre
o assunto em blogs e sites de
publicidade,
já ouvi milhares de comentários do tipo
"A Dolly não deve ter uma agência por trás"
"O
comercial da Dolly é muito feio /
chato / bobo" "A Dolly é
uma vergonha pra
propaganda brasileira".
Todo mundo já disse isso, então vou
explicar
o porquê de falar nesse assunto novamente.
Hoje pela manhã, enquanto me arrumava
para vir ao trabalho estava vendo
TV e vi mais uma vez o famoso filme
com o jingle da Dolly, "Dolly guaraná
Dolly!". Então me lembrei de
algumas discussões que tive com colegas e
professores a respeito.
Vamos pensar um pouco. Se as
campanhas da Dolly são tão ruins e todos
falam que os filmes mancham a marca
fazendo o consumidor não querer
consumir o produto, por que as
campanhas com o mesmo conceito e o
mesmo jingle bobo são veiculadas há
tantos anos e em várias épocas
diferentes (comemorativas ou não)?
Vocês fazem ideia do custo de
produção e veiculação de uma campanha
publicitária como as da Dolly
que se utilizam de diversas mídias
como TV, Rádio e Impresso. É um custo
extraordinário por volta dos milhões. Pra
mim, quem não consegue vender
os produtos e principalmente a marca
não consegue a verba para produzir
publicidade.
Em uma conversa com a
professora Elisete Baião da
Universidade Cruzeiro
do Sul citei as campanhas da Dolly
como sendo muito ruins e ela me disse
algo que nunca mais esqueci.
"Você sabe cantar o Jingle da Dolly? Então
a campanha surtiu efeito, se tornou
um chiclete, está na boca do povo".
Aí comecei a pensar e fazer alguns
comparativos a respeito da Dolly e
de outras marcas de refrigerante.
Primeiramente o público alvo. A
maioria dos refrigerantes são vendidos
a preços absurdos devido ao posicionamento que
a marca já atingiu n0
mercado e ao público alvo que é
destinada, esse é o exemplo da
Coca-Cola, já o público alvo da Dolly
é muito diferente do público
que consome Coca-Cola. As campanhas
da Dolly geralmente são
direcionadas para as classes C e D,
esse também é motivo para o
refrigerante Dolly ser mais barato, a
diferença de preço chega a ser
absurda. Apesar de não ser minha
preferência tomo Dolly as vezes e
não acho ruim, aí tem o caso das
pessoas que reclamam do sabor e
da qualidade, isso eu não discuto,
cada um com seu gosto, mas
muitas vezes já vi as pessoas que
reclamam da qualidade, consumir
o produto.
Isso me fez perceber que muitas vezes
as pessoas falam mal da marca
por vergonha de dizer que consomem,
mesmo que gostem, dizem que
não gostam justamente por ser um
produto destinado a classes menos
abastadas, como se as outras pessoas
fossem criar um preconceito de
quem consome um produto barato e com
a propaganda dita como ruim.
Pra finalizar, digo aos que falam que
a propaganda da Dolly é uma vergonha.
Vocês estão redondamente enganados.
As propagandas podem ser pobres
em arte e criatividade, isso eu
concordo, não inovam, também concordo,
mas que não funcionam eu discordo
totalmente. O Objetivo da publicidade
por mais que pareça não é ser bonita,
premiada e coisas do tipo, o objetivo
é anunciar, comunicar ao consumidor
que existe um produto X para ser
consumido. Que levante a mão quem
nunca tomou Dolly na vida! Agora
quem não sabe cantar de cor a letra
do Jingle mais famoso dos últimos
tempos.
Depois disso, quem sabe você também
se lembre do jingle "Pôneis Malditos",
da Nissan.