quinta-feira, julho 26

Criatividade ou falta de bom senso?

É de arder os olhos e doer os ouvidos os nomes de registro no TRE de candidatos a vereadores em nosso país e, porque não dizer, em nossa cidade.

Para recordar, depois que o Macaco Tião, um primata do zoológico carioca, teve 400 mil votos para a prefeitura do Rio de Janeiro, o que, aliás, foram votos de protesto como no caso do deputado Tiririca, podemos esperar de tudo na política brasileira. A criatividade ou falta de senso dos candidatos não se restringe apenas aos nomes, mas também às propagandas, slogans e às promessas irresponsáveis de campanha.

Hipoteticamente, se você quiser votar no Antônio de Souza, pode ser que encontre na lista nomes como Toninho Pangaré, Chupetinha, Tonho Tijolada, Caroço ou outros apelidos bizarros. Em uma das empresas em que trabalhei, na cidade de Goiânia, conheci um candidato que, profissionalmente atuava numa empresa desentupidora de esgoto. Entre os amigos era chamado de “Fulano” Rola Bosta. Podem acreditar, pois foi exatamente esse o nome utilizado por ele para concorrer à vereança numa cidade vizinha.

Em determinada circunstância, é aceitável que uma pessoa possa ser reconhecida com apelido extravagante entre os amigos. Noutra, é você se candidatar a um cargo público com a proposta de representar seus eleitores com um nome esquisito que pouco representa a importância da função política.

Não precisamos ir muito longe. Em Lins, uma das cidades que, proporcionalmente à quantidade de eleitores, tem um dos maiores números de candidaturas a vereador, muitos nomes são de doer.

Não vou me atrever a listar aqueles que são exagerados por que, no atual momento, uma polêmica poderá provocar maior notoriedade aos candidatos. É comum ver prenomes acompanhados da função ou até do nome da empresa em que cada um trabalha. Até aí, nada de mais. Entretanto, alguns não refletiram bem na escolha do nome e acabam sendo motivos de chacota e depreciados pelos eleitores que não conhecem suas virtudes.

Concordo que a escolha por nomes que diferenciem os candidatos de seus concorrentes pode ser uma boa estratégia eleitoral, afinal, em se tratando de Marketing, seu nome é sua marca. E esta ciência não é exclusiva para empresas. Assim como elas utilizam o Marketing para construir marcas renomadas e confiáveis, estabelecidas por meio de uma reconhecida reputação e da oferta de produtos e serviços honestos e de qualidade, pessoas também podem trabalhar sua imagem e seu nome.

O Marketing Pessoal é importantíssimo nesse momento, no entanto, a construção de um nome de respeito não se obtém da noite para o dia ou às vésperas de uma eleição. É necessário um longo e detalhado planejamento, com estratégias muito bem definidas. E necessário apresentar o que a pessoa faz de bom e de importante à sociedade, e se a sua postura profissional e ética pode refletir positivamente em sua função pública.

É impossível construir uma marca consagrada para produtos que não tenham qualidade, assim como também é para obter distinção política para oportunistas que tentam promover aquilo que não são.

Transformar um nome pessoal numa marca respeitada exige ações de longo prazo.

quinta-feira, julho 19

A Educação por óticas distintas

Todos concordam que a Educação é o principal caminho para que a sociedade alcance justiça social com dignidade. Por outro lado, também é unânime que a educação brasileira apresenta sérios problemas e não atende adequadamente às necessidades socioculturais dos indivíduos. A começar pelo planejamento curricular desatualizado e pela falta de melhor capacitação dos professores.

O enigma na educação também é facilmente traduzido pela falta de uma política séria sobre o tema, bem como de recursos que acabam minando a criatividade e a motivação de professores e alunos.

A fórmula mágica para mudar a educação pode ser encontrada em artigos, livros, revistas, comentários de especialistas, noticiários, dentre tantas outras mídias. Tudo é apresentado de forma simples e com resultados maravilhosos. Mágica sim, mas não impossível. O grande entrave é colocar em prática essas ideias em busca da tão sonhada transformação da educação. O pontapé inicial dessa grande obra depende, principalmente, da vontade governamental, e ela não sai do papel.

Para que ocorram mudanças faz-se necessário um levantamento real das dificuldades educacionais, projeta-las num planejamento maior que envolva não apenas os tecnocratas da educação, mas, do mesmo modo, a sociedade civil para que se alcance os melhores e mais rápidos resultados. Em resumo, o país necessita urgentemente de um projeto eficiente e eficaz.

Na visão do governo, a mudança na educação está nas mãos do professor, da sua vontade, criatividade e motivação. Fala-se em novas metodologias, em utilizar a inovação tecnológica como aliada do ensino, em dar a cada aluno um tablet. Tudo isso é muito bonito, mas, como obter um resultado coerente se não existe um projeto pedagógico que contemple, com seriedade e melhor aproveitamento, o uso da tecnologia em sala de aula. Como harmonizar essa situação se em muitas escolas do próprio governo é proibido o uso de desktops e celulares com internet pelos alunos. Se, por um lado entende-se ser necessário, por outro, não há consenso.

O atual modelo de ensino-aprendizagem já se consumiu e não atende mais as necessidades das novas gerações que ingressam na educação escolar. Conectadas e plugadas às notícias de todo tipo, com um simples clique no computador ou celular, encontram informações que mesclam de forma criativa imagens e vídeos e facilitam o conhecimento. Neste contexto, segundo Fernando Almeida, diretor da Editora Saraiva, “o professor está deixando de ser o agente central do processo para se tornar um mediador, o facilitador do desenvolvimento das habilidades e competências dos alunos...”.

Ryon Braga, presidente da Hoper Educação, reforça que “a velocidade com que a tecnologia instrumentaliza o saber está sendo muito maior do que a velocidade com que conseguimos adequar nossos modelos, metodologias, didática e modo de operação”.

Vontade não falta aos docentes, de outra forma, com a crescente violência e a falta de segurança nas escolas, teriam desistido. Criatividade? Como exercitá-la sem os recursos básicos necessários e em ambientes inadequados para o aprendizado? Motivação, por mais subjetiva que seja, não resiste por muito tempo sem um mínimo de incentivo e reconhecimento. Portanto, não se concebe aqui uma atuação adequada do poder público federal.

Enquanto o governo “bate o pé”, contrário ao reajuste dos salários dos professores, dados do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro apontam que o governo do Estado utilizou verba da Secretaria Municipal de Educação para quitar dívidas de escolas de samba do carnaval carioca. Voltamos à Roma Antiga, à política do pão e circo. E este não é um fato isolado.

O resultado de tudo isso se reflete mais a frente. De acordo com o Indicador de Alfabetismo Funcional - INAF, divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro - IPM e pela ONG Ação Educativa, e publicado no Estadão em 17/7/12, 38% dos estudantes do ensino superior não dominam habilidades básicas de leitura e escrita.

É necessário concordar que a educação vem atravessando algumas melhorias nos últimos anos, entretanto, se comparadas aos valores anunciados pelo governo, são insignificantes perto da valia e atenção que o assunto requer. Os investimentos no setor não garantem o crescimento necessário para que o país se aproxime minimamente do patamar dos países mais desenvolvidos da América Latina, que dirá da Europa ou Estados Unidos.

O Brasil está crescendo, mas, precisa fazer o dever de casa e investir com mais seriedade na educação para reduzir a desigualdade social.

terça-feira, julho 17

Marcas mudam até de cor para não perder mercado

Marcas internacionais mudam de cor para agradar dois bois, em Parintins
Ação tem objetivo de não perder clientela e se adequar à cultura local.
Banco tem entradas azul e vermelha; refrigerante ganha lata azul.


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